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O Poeta que virou estante
O Poeta que virou estante

 

O Poeta que virou estante

Edições Bagaço, 2011

ISBN. 978-85-373-0877-6

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ASIN:

 

 

 

 

Vilmar Carvalho ocupa, na Academia Palmarense de Letras, a cadeira Poeta Fábio Silva.

 

Breve Biografia

 

Fábio Silva (1876 - 1908)

Leia sobre este poeta palmarense de final do século XIX, cujas passagens de sua biografia inspiram as histórias narradas no livro de contos "O Poeta que virou estante" (2011).

 

 

Fábio Coelho Silva nasceu em Escada, no ano de 1876. Seu pai, funcionário da Ferrovia Sul de Pernambuco, mudou-se para Palmares no ano da Emancipação da cidade, em 1879. Até as inundações de junho passado, seu nome ilustrava uma estante de livros nunca mais manuseados. Três fileiras de volumes do século XIX. Um móvel de madeira e vidro protegendo o que restava do acervo do Clube Literário de Palmares. Um portal do tempo que abria a sala de raridades da Biblioteca Municipal Fenelon Barreto, sucessora da antiga sociedade de leitores e escritores palmarenses.

A estante “Fábio Silva”, encostada na parede, imitava um museu alexandrino na companhia das empoeiradas “Fernando Griz” e “Dr. Costa Maia”, também abarrotadas de volumes sobre diversos assuntos. Um tesouro da memória do lugar, selado por um patrono de nome tão singelo. Apenas um nome dizendo algo desconhecido sobre o passado que inflacionou uma constelação de poetas sem glórias literárias. Um lampejo de infelicidade comum entre os homens de letras e boêmios da Geração 1870.

O poeta Fábio Silva faleceu jovem, aos trinta e dois anos de idade. Em setembro de 1908, indicou que o enterrassem em cova singela sem insígnias ou homenagens. Após a morte do poeta, um grupo de amigos organizou, publicou e distribui um opúsculo pela passagem do trigésimo dia, louvando as qualidades do jovem literato que deixou esposa e cinco filhos, uma obra em prosa e verso e o nome gravado na história de resistência do Club Literário de Palmares. A lápide, portanto, não jaz em cemitério de pedra e cal. O nome de Fábio estava grudado no verniz envelhecido da estante da Biblioteca, endereço mais apropriado para quem deixou poemas, artigos e contos espalhados em muitos jornais de Palmares e Recife.

O poeta havia se transferido, em 1906, para Recife, onde fez parte da equipe de redação de Arthur Orlando, no sexagenário do Diário de Pernambuco, como tradutor de telegramas e documentos em inglês. Fábio ou “Silvio de Vau” - em homenagem à Clotilde de Vaux, musa do positivismo francês - publicava em 1908, antes de contrair varíola e adoecer, contos infantis em coluna semanal no Diario de Pernambuco. No que escreveu encontramos um autodidata orgulhoso, um poeta herdeiro da trinca Gonçalves Dias – Castro Alves – Casemiro de Abreu e um telegrafista. Profissão aprendida na Great Western Brazil Railway, em Palmares, e depois desenvolvida na curtíssima experiência recifense.

Por isso, a maior parte da obra do “poeta que virou estante” encontrar-se nos jornais publicados em Palmares de 1892 a 1908: o Jornal A Semana, entre outros, a Revista Arquivo Literário de Palmares, o Novo Echo e O Progresso são testemunhos da escrita e das atividades de editor, redator-chefe e colunista que exerceu, enquanto atuava na diretoria do Clube Literário e promovia, com outros jovens, as Conferências Literárias Boêmios de Palmares. Uma bela página da história das letras de Pernambuco. Página à espera de pesquisa e escrita historiográfica.